Situação dos refugiados se agravou com a pandemia Divulgação/Adus/Guilherme Zauith
A situação dos refugiados neste período de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus é delicada. Muitos atuavam como autônomos ou no mercado informal e, neste momento, estão impossibilitados de trabalhar.
Para ajudar essa população, organizações não governamentais e os próprios refugiados criaram redes de apoio e pedem ajuda financeira à população.
O haitiano Guerlinx Doriscard vive no Brasil há mais de 6 anos. Passou por momentos difíceis, viveu nas ruas e vendeu doces no metrô para conseguir sobreviver quando chegou ao país. Apesar das dificuldades, conseguiu se formar em engenharia e hoje toca seu próprio negócio.
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“Sei que a principal barreira é o idioma, tentamos ajudar as pessoas que chegam aqui de várias maneiras, doando cestas básicas e dando orientação sobre os documentos”, explica. Ele criou um grupo no WhatsApp para localizar refugiados na região de Campinas (SP) e dar assistência.
“Muitos não conseguem o auxílio de R$ 600 porque não entendem a língua, outros não têm acesso à internet, tentamos ajudar”, diz o engenheiro.
Além da solidariedade entre os refugiados, ONGs oferecem assistência gratuita e apoio. O Instituto Adus oferece assistência jurídica para quem precisa colocar a documentação em dia e, também, orientação para a obtenção do auxílio emergencial de R$ 600.
Sidarta Martins, diretor financeiro da Adus, explica que “a grande dificuldade dessas pessoas que estão chegando aqui é entender o funcionamento do Brasil” com relação à parte burocrática e documentação.
A Adus oferece orientação jurídica, que está sendo realizada de maneira remota neste período de pandemia. Muitos migrantes buscam orientação para usar o aplicativo da Caixa e obter o auxílio emergencial.
Por conta da pandemia, o Instituto Adus decidiu fazer uma vaquinha online para arrecadar dinheiro. “Não costumamos distribuir comida, mas nesse momento, em parceria com a Sodexo, vamos distribuir cartões de alimentação para que as pessoas possam comprar alimentos.”
Outra instituição que auxilia os refugiados é a Missão Paz em São Paulo. Os atendimentos foram temporariamente suspensos assim como as atividades presenciais. Mas a Casa do Migrante, que abriga 65 pessoas de diferentes nacionalidades e em vulnerabilidade social, precisa de itens de higiene pessoal e de limpeza, além de alimentos. As informações estão disponíveis no site da instituição.
Fonte: Karla Dunder, do R7